Estresse e diabetes: confira como a saúde emocional reflete no controle do diabetes

Se você tem diabetes já deve ter ouvido falar que os cuidados com a saúde emocional também são importantes para o seu tratamento. Mas você sabe qual a relação entre a saúde mental e o diabetes?

Os estudos sobre saúde mental estão cada vez mais avançados e, atualmente, já se sabe que diversas doenças podem ser descompensadas a depender do estado psicológico do paciente. Em relação ao diabetes não é diferente.1,2

Você já ouviu falar no termo “Diabetes Emocional”? 

Esse termo ficou muito popular para se referir sobre a relação entre a saúde emocional e o diabetes, mas ao contrário do que muitas pessoas acreditam esse não é um tipo de diabetes.1,3

Esse termo surgiu, pois o estresse, ansiedade e depressão pioram o diabetes, mas também podem ser desencadeados após o seu diagnóstico. Mas é importante ressaltar que isso não quer dizer que um paciente desenvolva diabetes apenas porque tem ansiedade, há diversos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento DM2.1,3

A saúde emocional, ou seja, os sentimentos, sejam eles negativos ou positivos, podem desequilibrar os níveis de açúcar no sangue e podem ser um “empurrão” para o descontrole do diabetes em indivíduos com predisposição ou que já tenham a doença.1,2,3

Como o estresse pode afetar os níveis de glicemia?   

A relação entre o diabetes e o estresse é muito complexa já que um pode piorar o outro. Ou seja, pacientes com diabetes podem ficar mais estressados por conta da doença e o estresse pode desencadear o descontrole do diabetes.1,2

Isso pode acontecer porque o tratamento do diabetes é complexo, ou seja, envolve mudanças no estilo de vida dos pacientes, cuidados com a monitoração da glicemia, a prática regular de atividade física, a administração de medicamentos e a adoção de uma alimentação saudável.1-3

Todos esses fatores são muito importantes para que o paciente mantenha os níveis glicêmicos estabilizados e, consequentemente, mantenha a doença controlada.3

Esse cenário pode ser um pouco estressante não apenas para quem acaba de descobrir a doença, mas também para os pacientes que convivem com essa rotina há um longo tempo.1,3

Vale ressaltar que estudos apontam que pacientes com diagnóstico de doenças crônicas têm maior probabilidade de desenvolver formas patológicas de estresse, ansiedade e depressão.1,3

A Sociedade Brasileira de Diabetes esclarece que o estresse é uma reação do corpo em que ele sente como se estivesse sob um ataque. Os fatores desencadeantes podem ser físicos ou mentais.1

Uma vez que o estresse aparece, o corpo se prepara para atacar ou correr. Essa reação desencadeia a liberação de níveis elevados de diversos hormônios que servem para mobilizar uma grande quantidade de energia que está estocada em forma de açúcar e gordura e devem ir até às células para que o corpo reaja ao perigo.1

Porém, em pacientes com diabetes, essa resposta do corpo não funciona adequadamente, pois a insulina não consegue levar esta energia extra para dentro das células do corpo. Dessa forma, a glicose sobra no sangue.1

Assim, os hormônios de estresse podem alterar diretamente a sua glicemia, impedindo seu corpo de produzir insulina ou mesmo utilizá-la adequadamente.1

Em pessoas com diabetes, o estresse pode afetar a glicemia de duas formas:1

1. Pessoas estressadas não conseguem se cuidar adequadamente. Podem abusar de álcool ou fazer menos exercício.  Podem se esquecer de medir sua glicemia, não conseguir ajustar seu tempo para realizar atividade física ou comer adequadamente.

2. Os hormônios de estresse podem alterar a glicemia diretamente: o estresse mental em DM1 pode se elevar ou diminuir   muito a glicemia; em DM2, o estresse tende apenas a elevar a glicemia.

Vale ressaltar que, além do estresse, outras doenças como depressão e ansiedade podem contribuir para o descontrole do diabetes.¹

Pode ser necessário acompanhamento de psicólogos ou terapeutas?

O tratamento para o diabetes é multidisciplinar, o que significa que o paciente pode contar com a ajuda de diversos médicos e outros profissionais de saúde, por exemplo, um psicoterapeuta.1,4

A Sociedade Brasileira de Diabetes e a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes esclarecem que o psicoterapeuta pode auxiliar os pacientes em diferentes estágios da doença, seja no momento da descoberta ou ao longo do tratamento.1,4

Toda essa relação expressa entre o emocional e o diabetes torna muitas vezes o acompanhamento psicológico imprescindível, pois irá proporcionar uma elaboração dos aspectos emocionais da doença e com isso minimizará o sofrimento psicológico.1

Esse trabalho psicológico com o paciente pode acontecer de forma individual ou em grupo, ambos com o principal objetivo da elaboração e aceitação da doença, a fim de obter uma melhor qualidade de vida.4,5

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Referências:

1. Sociedade Brasileira de Diabetes..O que você precisa saber sobre estresse e diabetes [Internet]. Sociedade Brasileira de Diabetes; [Acessado em outubro de 2021.]. Disponível em: https://diabetes.org.br/o-que-voce-precisa-saber-sobre-estresse-e-diabetes-6/.
2. ANAD - Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. Aspectos emocionais e diabetes [Internet]. [Acessado em outubro de 2021.]. Disponível em: https://www.anad.org.br/aspectos-emocionais-e-diabetes/.
3. Em Diabetes. Diabetes Emocional existe? [Internet]. [Acessado em outubro de 2021]. Disponível em: https://emdiabetes.com.br/diabetes-emocional-existe/.
4. Sociedade Brasileira de Diabetes. A importância da psicoterapia para as pessoas com diabetes. Acessado em outubro de 2021.
5. ANAD - Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. O impacto psicológico da diabetes [Internet]; 2016? [Acessado em outubro de 2021]. Disponível em: https://www.anad.org.br/o-impacto-psicologico-da-diabetes/.

Nov/2021     PC-BR-105793

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